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  • Paula Lima

Uma visita à nossa própria casa


Estamos aqui muito agradecidos por ter uma casa onde podemos ficar em isolamento, agora que a nossa saúde e a de todas as outras pessoas depende disso - muita gente no nosso país e no mundo não tem essa opção. E já faz quase 90 dias que estamos isolados. Mesmo que alguém tenha saído por algum motivo ou outro, vocês já tinham passado tanto tempo assim dentro de casa?


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Por isso, estamos aqui pensando: o que significa "casa" para vocês? O que significava antes da pandemia, e agora, depois de praticamente três meses do lado de dentro?


A dupla de artistas Serena Labate e André Gravatá lançou uma edição extraordinária do Mapa de visitação da sua casa, que vocês podem baixar aqui e imprimir (em espanhol e português). A ideia é olhar para o lugar onde moramos com espanto, procurando coisas e ângulos que antes não havíamos reparado. O mapa propõe renomear objetos para que ganhem vida nova, tomar café da manhã num lugar onde você nunca tomou, fazer a biografia de algum móvel e se sentar em algum cantinho para descrever tudo o que você vê dali.


O bacana é que tanto os pequenininhos podem participar do mapeamento, com a família, quanto os maiores, incluindo os adolescentes e os adultos: todos são convidados a despertar os sentidos e a percepção para esse lugar tão íntimo, onde agora trabalhamos, estudamos, brincamos, cozinhamos, fazemos reunião, encontramos família, amigos e professores, faxinamos, organizamos, assistimos aula, fazemos exercício, convivemos etc. As relações entre as pessoas que vivem juntas se intensificaram e, com isso, também trouxeram desafios. Mas acreditamos que, assim como é possível ter um novo olhar para a casa, também podemos olhar e cuidar de um jeito novo das relações mais próximas. Vamos tentar?



Também selecionamos aqui alguns livros que estão na nossa biblioteca e que falam sobre casas. Afinal, livros são um tipo bem especial de morada, né? Quem aí tem um livro que gosta tanto que dá até vontade de morar ali, naquela história?


Queremos muito saber como foi o mapeamento da casa de vocês e também os livros onde vocês gostariam de morar! Contem pra gente nos comentários :)

 

*Os livros foram selecionados e divididos de acordo com os segmentos. Como qualquer lista, esta seguiu critérios que passam por opções subjetivas, então, ela não é estanque e muito menos definitiva! Como os pais são as pessoas que mais conhecem a experiência de leitura das crianças, vocês podem ler antes e definir, por exemplo, se um livro que está indicado para o Fund. 1 pode ser lido para uma criança do Infantil.

 

Berçário | Educação Infantil


A casa

De Vinicius de Moraes, Companhia das Letrinhas


O famoso poema de Vinicius de Moraes - e a música que todo mundo já cantou - agora tem um livro só para ele! Cartonado, em formato de casa, com cantinhos arredondados e ilustrado pela nossa conterrânea Silvana Rando, o volume é sucesso para os leitores bebês e bem pequeninos.


A casa sonolenta

De Audrey Wood, Ática


Esta história acumulativa já conquistou gerações de leitores - e segue tocando corações, como fazem os clássicos. A ilustração registra a passagem de uma noite chuvosa até a manhã ensolarada, que observamos pela janela, de dentro do quarto, enquanto a narrativa escrita mostra uma leva de personagens que dormem profundamente - e depois vão acordando um ao outro.


Minha casa

De Lorena Kaz, Companhia das Letrinhas


Dependendo do seu olhar, a casa pode ser colorida, ter muita coisa para ser cuidada e ser tão grande que você se cansa só de andar ali dentro. A menina que narra este livro dá seu ponto de vista sobre o amado lugar onde mora, garantindo que vai aproveitá-lo ao máximo e percebendo que a "casa" pode ser bem maior do que imaginamos a princípio.

 

Fundamental 1


Lá e aqui

De Carolina Moreyra, Pequena Zahar


Era uma casa com jardim, sapos, flores, uma árvore na frente, uma mãe e um pai. Até que, um dia, essa casa se afoga e se transforma em duas. Com ilustrações do premiado Odilon Moraes, este livro mostra a perspectiva de uma criança sobre a separação dos pais por meio de uma mudança que, do lado de fora, se manifesta no surgimento de dois lugares que passam a ser casa.


Um livro pra gente morar

Org. Silvia Oberg, Editora Positivo


Este livro é uma seleção de catorze poemas de importantes artistas brasileiros, como Paulo Leminski, Ricardo Azevedo, Roseana Murray, Silvia Orthof, Ferando Paixão, Elias José, Ferreira Gullar e Henriqueta Lisboa, que transitam pelo tema "casa". As ilustrações geométricas de Daniel Cabral compõem imagens coloridas que acolhem, confortam e divertem o leitor - além de ilustrar o nosso post, porque gostamos muio delas e achamos que têm tudo a ver com a nossa conversa :)


Da minha janela

De Otávio Júnior, Companhia das Letrinhas


Este livro é narrado por um menino que conta o que vê da janela de sua casa em uma favela carioca. Ilustrado pela argentina Vanina Starkoff, a obra traz elementos reais do Complexo do Alemão - como grafites das paredes das casas - e cores vibrantes que dão um dinamismo para a leitura e para a vida que se desenrola a partir da perspectiva desse menino. O autor, Otávio Júnior, que é do Alemão, apresenta na obra um recorte da sua própria experiência a partir de sua janela: "Um chamado para olhar cada cor, traço, gesto, objeto e bicho cujas vidas podem ser parecidas ou diferentes da sua, mas, com certeza, têm algo a ensinar".

 

Fundamental 2 | Ensino Médio

Longe de casa: minha jornada e histórias de refugiadas pelo mundo

Malala Yousafzai, Editora Seguinte

De acordo com a agência da ONU para refugiados, há no mundo 68,5 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar por conta de perseguições, conflitos ou violência generalizada. Com a pandemia do coronavírus, a situação de abrigo dessas pessoas, que já era precária antes, se torna ainda mais vulnerável agora, pela quase impossibilidade de isolamento e das dificuldades sanitárias e econômicas.


Neste livro, a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel compartilha sua história e abre espaço para outras nove jovens mulheres que contam suas jornadas em busca de refúgio e da sobrevivência - tudo antes da pandemia. Sem escolha, elas deixaram para trás comunidades, famílias, amigos, casa, tudo o que dava um sentido de pertencimento a suas vidas para começar de novo em outro lugar, que muitas vezes nem permite a sua presença.



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