Olá, pessoal, tudo bem?
A conversa de hoje é sobre histórias de navegação - essas que, desde que a humanidade se lançou ao mar para desbravar fronteiras não terrestres e expandir seus horizontes, compõem uma caudalosa fonte de material para a imaginação. Na literatura, a Ilíada e a Odisseia são exemplos do fascínio e da riqueza de imagens e simbologias que o navegar desperta e mobiliza, desde a Antiguidade.
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Histórias marinheiras foram também fundantes da literatura e do romance modernos, acompanhando o imaginário das grandes navegações iniciadas a partir do século XV. Nessa leva, as aventuras de Robinson Crusoé, As viagens de Gulliver e A ilha do tesouro viraram clássicos para adultos e crianças.
Além de constituir uma linhagem, quase um gênero, as narrativas navegantes permanecem influenciando a produção literária, e há muitas histórias que são descendentes diretas desses personagens marinheiros. Em tempos como o nosso, de horizontes restritos por uma pandemia, essas histórias trazem a possibilidade da viagem, do escape, da ampliação da experiência geográfica - principalmente para as crianças.
Os livros de hoje apresentam pequenos navegantes e marinheiros que embarcam para mundos imaginários, numa travessia também interna, para elaborar experiências difíceis, mas cotidianas, como uma briga com a mãe ou a perda de alguém querido. Baixando âncora em ilhas tropicais com criaturas fantásticas, essas crianças cruzam fronteiras numa busca para processar dores e desafios, e voltam maiores, com mais bagagem para criar e viver uma realidade mais cheia de possibilidades.
Quem aí não anda precisando um pouco?
Onde vivem os monstros, de Maurice Sendak, Cosac Naify
Max vestiu sua fantasia de lobo e saiu causando pela casa, fazendo tanta bagunça que sua mãe o mandou para o quarto sem jantar. Muito bravo, ele parte em um barquinho e navega por um ano até a terra onde vivem os monstros. Publicado pela primeira vez em 1963, este livro ilustrado do autor americano Maurice Sendak narra, por meio de texto e imagens indissociáveis, as aventuras de Max para conhecer e se aproximar de seus monstros, de quem ele vira rei. Depois de fazer muita bagunça com eles, Max navega de volta para a segurança de seu quarto. Foi adaptado para o cinema em 2009, e o filme, que é lindo, está na Amazon Prime Video.
A ilha do vovô, de Benji Davies, Salamandra
Sid vai todos os dias à casa de seu avô. Um dia, depois de procurar pela casa toda, o menino o encontra no sótão, onde o vovô abre uma grande porta de metal. Dali, os dois vão parar num grande navio, que o vovô comanda pelo mar até chegar a uma ilha tropical cheia de cores, animais e coisas maravilhosas. Os dois constroem uma cabana bem confortável e vivem aventuras inesquecíveis na ilha. Até que o vovô avisa que pretende ficar por ali, e Sid precisa navegar de volta, desbravando o mar sozinho.
Robinson, de Peter Sís, Companhia das Letrinhas
O narrador deste livro é um menino que sempre brinca de pirata com os amigos e, quando precisa de uma fantasia para uma festa na escola, sua mãe sugere que ele vá vestido de Robinson Crusoé, seu personagem preferido. Porém, quando ele chega na festa, seus amigos, que com certeza não conheciam o Robinson, tiram sarro dele. O menino volta para casa, triste, e sem conseguir dormir, fica à deriva até que seu navio é levado para uma ilha deserta. Lá ele constrói um abrigo, fica amigo dos animais e aprende a sobreviver sozinho.
As improváveis aventuras de Mabel Jones, de Will Mabbit, Companhia das Letrinhas
Esta corajosa e habilidosa aventureira é misteriosamente raptada no meio da noite e levada para o convés do Verme Selvagem, um navio com uma tripulação estranhíssima. Sem ter como escapar, Mabel ajuda esses piratas mais atrapalhados a encontrar um tesouro e, na busca de voltar para casa, vai parar na barriga de uma baleia e corre outros perigos muito improváveis. E ela faz tudo isso de pijama!
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