Sabedoria ancestral: lendas e mitos que formam nossa cultura
- Gabriela Traversim
- há 2 minutos
- 2 min de leitura
Os alunos do 4º ano iniciaram, neste último mês, a leitura do livro Lendas e mitos dos índios brasileiros, durante as aulas de português. A atividade dialogou com a celebração do Dia Nacional do Folclore, em 22 de agosto, ampliando o olhar das crianças para o universo simbólico e cultural dos povos originários do Brasil.
Desde os primórdios da humanidade, o ser humano buscou compreender sua existência e o mundo ao seu redor. Antes da ciência se tornar a forma dominante de explicação, os mitos cumpriam esse papel fundamental, servindo de base para a construção de inúmeras sociedades.
Mas afinal, qual a diferença entre mito e lenda?
Os mitos estabelecem conexões entre a humanidade, o mundo e suas origens. Já as lendas destacam personagens e elementos específicos da cultura, preservando memórias e tradições.

O livro, organizado por Walde-Mar de Andrade e Silva, reúne e interpreta narrativas de diferentes povos indígenas. Além de registrar essas histórias, o autor também ilustrou a obra com suas próprias pinturas, inspiradas na vida, na paisagem e nas figuras do Alto Xingu.

Entre as histórias estão a lenda da Mandioca, alimento fundamental dos povos Tupi, e a do Uirapuru, pássaro mítico do povo Maué cujo canto encanta a todos e foi escolhido como nome da nossa escola. A coletânea ainda conta com contribuições de Cláudio e Orlando Villas Boas, pioneiros do ativismo indígena no Brasil, que registraram histórias como a do Primeiro Homem, do povo Kamaiurá. Ao lado de Leonardo Villas Boas, Darcy Ribeiro e Marechal Rondon, eles foram fundamentais para a criação do Parque Nacional do Xingu, o primeiro modelo de reserva indígena da América do Sul.

O livro é um convite a mergulhar na sabedoria ancestral dos povos indígenas, lembrando-nos de que o tempo, para eles, é vivido em outra lógica:
“Para o índio não existem anos, meses, semanas, dias. Existe, isto sim, o fluir silencioso do tempo, e ele, integrado ao meio, vivendo o presente, deixa-se levar à deriva qual uma folha na correnteza.” (p. 9)