top of page
  • Maysa Rocha

Ziraldo: Além do menino com a panela na cabeça

Com a partida de Ziraldo, aos 91 anos, no último dia 6 de abril, o Brasil perdeu não apenas um de seus mais brilhantes cartunistas, mas também um pedaço da alma criativa que tem colorido as páginas de nossa história cultural por décadas. Ziraldo Alves Pinto, nascido em Caratinga - Minas Gerais, em 1932, foi um artista de múltiplos talentos: cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, desenhista, apresentador, humorista e jornalista brasileiro. Seu trabalho transcende gerações, ensinando-nos, através de suas criações inesquecíveis, sobre a importância de manter a criança interior viva, não importa nossa idade.


Premiações


  • 1969 - Prêmio Nobel Internacional do Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas;

  • Prêmio Merghantealler, conferido pela Associação Nacional de Imprensa;

  • 1980 - Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, pelo livro O Menino Maluquinho;

  • 2004 - Prêmio Merghantealler, conferido pela Associação Nacional de Imprensa;

  • 2005 - Prêmio Merghantealler, conferido pela Associação Nacional de Imprensa;

  • 2008 - Prêmio Ibero-Americano de Humor Gráfico, conferido pela la Fundación General de la Universidad de Alcalá, os Ministérios da Cultura e de Assuntos Exteriores e Cooperação, através de la Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo.



O menino maluquinho

O Menino Maluquinho é uma das obras mais famosas e queridas de Ziraldo, lançada em 1980. Este livro tornou-se um marco na literatura infantil brasileira, encantando gerações de leitores com a história de um menino alegre, inteligente e extremamente criativo, que é conhecido por sua inconfundível panela na cabeça.

A obra conta a história de um menino que, apesar de ser chamado de "maluquinho" por suas travessuras e imaginação fértil, é feliz e cheio de vida. Ele representa a infância em sua essência mais pura: a curiosidade, a vontade de explorar o mundo, a criatividade sem limites e a capacidade de transformar o cotidiano em uma grande aventura.

“Hoje quero ser poeta
Com a minha panela,
eu faço panquecas!”


Flicts

"Flicts", 1969 é mais um dos livros incríveis de Ziraldo, o livro gira em torno de uma cor incomum, que não encontrava lugar no mundo. Flicts não se encaixava entre as cores dos lápis nas caixas das crianças, nem entre as cores das bandeiras ou dos uniformes de futebol. Era uma cor que não se via nas flores ou no arco-íris. Sentindo-se deslocado e sem pertencimento, Flicts embarca numa jornada em busca de seu lugar no universo.

O que torna "Flicts" tão especial é sua habilidade de abordar temas profundos de uma maneira acessível. A obra fala sobre exclusão, diversidade, aceitação e a busca por nosso próprio lugar no mundo. É um livro sobre tudo aquilo que é único e diferente e para qualquer pessoa que já se sentiu deslocada ou fora de lugar.

Quando volta
a primavera
e o parque todo e 
o jardim 
todo 
se cobrem de cores

Nem uma cor 
ou
ninguém 
quer
brincar
com o pobre Flicts 


Ziraldo também foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim", veículo de resistência durante a ditadura militar no Brasil, demonstrando seu compromisso não apenas com a arte, mas também com a liberdade de expressão e os direitos humanos.



Hoje, lamentamos sua ausência, mas suas obras continuarão a inspirar novas gerações, despertar sorrisos e cultivar a imaginação. Ele vive nas páginas que desenhou, nas palavras que escreveu, e nos corações de todos aqueles que tiveram o prazer de conhecer seu trabalho. Sua arte permanecerá como um testemunho de sua genialidade.


“Todo lado tem seu lado 
Eu sou o meu próprio lado 
E posso viver ao lado 
Do seu lado que era meu”

107 visualizações1 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page