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  • Dayan Marchini

“Nossas diferenças não podem superar nossas semelhanças”.

Atualizado: 18 de out. de 2022

O título desta publicação é uma frase de Martin Luther King, mas o que ela tem a ver com um livro infantil? Pois bem, Canizales é um artista colombiano e é o responsável pelo livro indicado hoje; mas não é à toa que a frase de Luther King foi associada a esta obra. O livro apresenta personagens diferentes e que são considerados "estranhos", o que pode gerar um desconforto em algumas pessoas, mas o importante é entender que diferenças são normais e necessárias!


Nesta história, escrita por Canizales e publicada pela editora Salamandra, funcionários estão sendo contratados para trabalhar em uma nova mansão, porém, Clemente, um cavalo que se acha um sujeito normal, acredita que será fácil garantir o emprego, já que todos os concorrentes parecem esquisitos demais.


O artista e autor do livro de hoje, nasceu na Colômbia, na cidade de Cali.


Gil, a girafa macho, é o primeiro a ser entrevistado. Seguido da elefanta Dalila e depois de Enéas, o coruja, e de Clara, a jacaré fêmea. Clemente observa e julga os colegas o tempo todo, acreditando ser impossível que alguém os contrate. Gil tinha o pescoço grande demais, Dalila tinha um nariz que parecia um esguicho, Enéas e seus olhos esbugalhados, Clara bocuda demais, todos extremamente estranhos: “O que querem é gente normal, como eu.”, insistia o cavalo metido.


Até que, para sua surpresa, todos apresentavam alguma característica que agregava qualidade e capacidade para executar tarefas diferentes na mansão e, logo, são contratados. Quando chega sua vez, ele vai cheio de confiança e certeza de que terá o melhor trabalho, pois era o único normal:


- "Bom… Eu sou uma pessoa super normal. Faço tudo como todo mundo. Não sou nada esquisito!"


E foi o bastante para que Tadeu, o leitão que realizava as entrevistas, o dispensasse, não vendo nele nenhum diferencial. Clemente vai embora, chateado e arrependido, mas ao final, surpreende o leitor com uma incrível revelação.

Imagem do livro no seu idioma original, o espanhol.


Uma obra engraçada e fluida, que propõe uma reflexão sobre o que de fato é normal, além da valorização da identidade. Ideal para que as crianças enxerguem desde cedo as qualidades presentes em si e em cada pessoa, entendendo que não necessariamente aquela característica que parece um “defeito” é de fato um empecilho para a vida. Crescemos com modelos de corpos perfeitos, padrões ideais de comportamento e somos induzidos a ter sempre que caber em alguma caixinha, mas até que ponto essa caixa nos comporta? Será que somos esquisitos ou apenas estamos sendo quem somos?


Que este livro possa nos lembrar de olhar para nós e para os outros com empatia e delicadeza, e não com julgamento.

Outros livros escritos e ilustrados pelo autor que estão disponíveis na biblioteca do Colégio Uirapuru.

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