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Foto do escritorGabriela Traversim

As histórias que contam o Brasil

Junho é sinônimo de muitas coisas: a chegada do inverno e o anúncio das férias escolares, mas outra coisa que todo brasileiro sabe que acontece em junho é a festa junina. As vezes ela se adianta um pouco e começa a aparecer em maio, outras vezes se estende até julho e agosto, mas todos nós conhecemos as delicias dessa festa e seus personagens mais característicos. O livro de hoje é sobre um dos seres juninos mais emblemáticos e belos: o Bumba-meu-boi, protagonista do livro de Stela Barbieri e Fernando Vilela.

As histórias que compõem a festa junina são carregadas de tradições do nosso folclore e que remetem à fundação do nosso país. A história do bumba-meu-boi não é diferente! O livro escrito pela autora Stela Barbieri, uma pessoa apaixonada por histórias, traz os personagens característicos desta história folclórica: o casal de fazendeiros: Pai Francisco e Mãe Catirina, o dono da fazenda e do boi e o boi encantado. Mas a história se altera conforme a região que é contada: personagens são acrescentados, como o curandeiro e o médico, os indígenas, os vaqueiros e tantos outros. Nesta versão, a autora se baseou na festa do Morro do Querosene, em São Paulo, mas apesar de ser uma festa da região sudeste, muitas características são emprestadas do Maranhão.


O nome dos personagens também mudam de acordo com os estados. Segundo o livro, no Pará e Amazonas o boi é chamado de boi-bumbá. No Rio Grande do Norte é chamado de boi de fita e a festa também é diferente. Há o bumba no Recife, folguedo do boi e reis do boi no Rio de Janeiro, dentre muitos outros.


A história deste livro narra o desejo de Mãe Catirina, grávida e ansiando pelo seu bebê, ao mesmo tempo em que uma vontade devastadora de comer língua de boi assola sua vida e a do seu marido, Pai Francisco. O problema é que nenhum boi comum pode satisfazer o desejo dela, apenas o boi colorido de seus sonhos: o Bumba-Meu-Boi. Depois de ouvir uma festança nas redondezas e se deparar com o boi de seu sonho, Mãe Catirina pede encarecidamente que Pai Francisco atenda seu desejo, com medo de seu filho nascer com cara de língua bovina.

Com medo das consequências, Pai Francisco tenta argumentar com o dono do boi, mas sem sucesso se vê tentado a pegá-lo para satisfazer o desejo de grávida da sua mulher. Mas os festeiros logo notam a ausência da estrela da festa e ao encontrarem o boi, doente e ferido, todos os integrantes do festejo, concentram suas energias no boi, na tentativa de curar suas feridas.

“Todos se concentram em volta do boi: os vaqueiros, os índios, os caboclos, o amo, as crianças… e, de repente o boi mugiu!”

Com o retorno do anfitrião da festa, a folia continua noite adentro e segundo a história, essa festa acontece naquele lugar até os dias de hoje.

“Foi uma festa linda
Como não há outra igual
Todo ano se repete
Nunca chega a seu final!”

A festa junina é assim, carregada de tradição e de costumes dos povos que constituem o Brasil: o folclore indígena, os costumes do sertão e dos fazendeiros, os caboclos, os pajés e os padres, as crianças e se faz assim, uma festa cheia de importância, que celebra a nossa cultural e que dialoga com todas as raízes do povo brasileiro.

Cenas da nossa festa junina de 2022


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