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  • Dayan Marchini

Dia internacional dos povos indígenas: uma data para repensar

O Brasil é uma terra plural e cheia de história; os povos indígenas originários do Brasil constituíram uma base sólida de culturas e tradições, além de serem os primeiros habitantes desta terra grandiosa. No texto de hoje, além da indicação de um livro escrito por um autor indígena, abordaremos a importância da valorização e da preservação da cultura indígena. E que a partir destas leituras, fique uma reflexão para repensarmos o papel dos indígenas em nossa sociedade.


Daniel Munduruku, no Colégio, falando sobre os 200 anos de independência do Brasil e os povos indígenas.


No dia 9 de agosto é comemorado o “Dia Internacional dos Povos Indígenas”, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que pretende garantir condições dignas aos povos indígenas de todo planeta, a preservação de suas culturas e o direito à autodeterminação de suas condições de vida.

Outro ponto importante é o uso da palavra “indígena” no lugar de "índio”. Isto porque “indígena” significa originário e valoriza a diversidade de cada povo, enquanto “índio” é um termo depreciativo que reforça um estereótipo de que eles são todos iguais, além de apresentar ligações a pessoas selvagens, o que também foi muito bem ressaltado por Daniel Munduruku, quando visitou o Colégio em uma palestra sobre os 200 anos da Independência do Brasil.


Aliás, Daniel é um escritor indígena formado em Filosofia e Doutor em Educação. Recebeu em 2004 o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira e hoje, está presente em nossa indicação com o livro “O menino e o pardal”, que conta a história de um garoto que ao encontrar um filhote de pássaro sozinho e faminto em um ninho, convence sua mãe a levá-lo para casa e decide que vai alimentar e cuidar do animal, com toda a ansiedade da descoberta que pulsa no peito de uma criança.


Assim é feito e com o tempo o pardalzinho começa a crescer saudável e não precisa mais ser alimentado pelo biquinho - já consegue fazer tudo por conta própria, o que deixa o menino chateado, pois sente que, como sua mãe alertou antes, o pássaro estava ficando independente e buscaria o próprio caminho, como todo ser vivo. Então, a criança passa pelo aprendizado de ter que lidar com o desapego e a compreensão da partida:

“Um dia minhas asas também crescerão e eu terei que voar do meu ninho para buscar novos caminhos para mim. Se minhas asas crescerem e eu ficar preso numa gaiola, nunca vou poder conhecer coisas novas e meu canto será triste. Mas se eu puder voar, meu canto será o mais feliz de todos os cantos, minha voz será a mais afinada das vozes e minha vida estará mais completa”.

Um livro que fala sobre os ciclos e a liberdade de cada indivíduo, nos lembrando que nem sempre o que é bom para nós ou deduzimos ser bom para o outro, é de fato o melhor para alguém. Daniel ressalta que tudo tem seu tempo e isso faz parte da lei natural das coisas.

Você pode conhecer mais da obra de Munduruku no Catálogo Virtual de Livros do Colégio, além de outros autores indígenas como Ailton Krenak e Eliane Potiguara. Veja também neste link, o folder sobre os povos indígenas brasileiros, disponível no site IBGE.


O retrato do autor, Daniel Mundurku , disponível em seu blog.


Você pode assistir à palestra de Daniel Munduruku no colégio, através do nosso canal no youtube e também uma história do próprio autor contada pela youtuber Fafá, em seu canal Fafá Conta.

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