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Paula Lima

Marchinhas e sambas: A noiva do condutor

Atualizado: 25 de out. de 2019



capa de A noiva do condutor, de Noel Rosa

Olá, pessoal! O carnaval está aí, bem no fim desta semana, e o Blog já começou a folia! Hoje nós vamos falar sobre um dos nomes mais importantes do samba nacional: Noel Rosa, que escreveu a peça musicada A noiva do condutor, lançada em 2010 pela editora Terceiro Nome, com ilustrações de Laura Gorski:

A peça é chamada de opereta, um gênero musical leve, em que diálogos falados se alternam com partes cantadas. Ela foi composta no auge da popularidade do rádio, a chamada "era de ouro", em 1935, mas não chegou a ir ao ar na época.

Cheia de humor e ironia, a história da peça se passa numa época beeem diferente de hoje, em que as pessoas namoravam no portão de casa, às vistas de todo mundo da rua, e o pai da moça precisava autorizar o namoro e o namorado (perguntem para as suas avós para saber mais!).

Bom, o casal de A noiva do condutor é formado por Joaquim e Helena, uma jovem do subúrbio carioca. Ele diz a ela que é advogado, mas é "flagrado" trabalhando como condutor de bonde. Um verdadeiro escândalo! A opereta foi gravada em 1985, com Marília Pêra no papel de Helena, e Grande Otelo, de seu pai. Ouçam a marcha "O Joaquim é condutor", que se segue a esse momento de revelação:


A confusão está armada, e Joaquim tenta conversar com o doutor Henrique, pai de Helena, mas não tem jeito de conseguir convencê-lo de que ele é um bom rapaz. Então, doutor Henrique canta o samba "Tipo zero" para desqualificar Joaquim:


É quando aparece o pai do Joaquim, que é um banqueiro, dono de cinemas e muito rico! Já deu pra adivinhar o que acontece em seguida?


Pois é, a opereta foi composta num momento em que a imagem das mulheres na música popular brasileira era a pior possível. Noel Rosa e outros compositores retratavam as mulheres como fingidas e interesseiras - como é o caso da Helena na peça. Felizmente isso mudou e continua mudando, né?

Ao mesmo tempo, e apesar disso, Noel é considerado o responsável por trazer a linguagem que se fala na rua e os assuntos cotidianos para as canções. Ele também incorporou personagens como o malandro e a operária da fábrica de tecidos em suas composições, registrando musicalmente a maneira como as pessoas viviam nessa época.

Finalmente, para completar esse feriado tão bom, deem uma olhada na programação de carnaval do Sesc e não percam a animação!

Livro: A noiva do condutor

Autor: Noel Rosa

Ilustradora: Laura Gorski

Editora: Terceiro Nome

Páginas: 56

Ano: 2010

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