Você já parou para pensar no impacto que a exclusão pode causar nas crianças, sobretudo na convivência escolar? O livro “The Invisible Boy”, escrito pela autora norte-americana Trudy Ludwig, é um retrato da infância sob os olhos de Brian, um menininho que é deixado de lado pelos colegas de classe. Este livro foi escolhido para ser lido com as crianças do 2º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de International Studies!

Brian, o protagonista do livro “The Invisible Boy” é um menino cheio de talentos: um desenhista nato, repleto de imaginação e criatividade, mas que se esconde atrás de um par de óculos e da timidez. Essa falta de traquejo social impede que Brian desenvolva laços de amizade. Somado a isso, os colegas acabam esquecendo do menino, que quase não ocupa espaço na sala de aula.
Enquanto a professora, Ms. Carlotti está ocupada com o colega que não consegue controlar o volume da voz ou a garota que tudo seja do jeito dela, Brian não é notado.

A história do garoto muda com a chegada de um aluno novo, Justin. Após ver uma interação de Justin com os colegas, Brian deixa um recadinho na sua mochila e uma interação acontece. Os meninos começam a se conhecer e com a gentileza de Justin, somada ao respeito pelos limites que a timidez impõe a Brian, os dois se tornam amigos.
Através da narrativa, somos convidados a refletir sobre o que significa ser ignorado e não ser incluído e como pequenos gestos de gentileza podem transformar a vida de uma pessoa isolada.
O livro de Trudy Ludwig conversa muito com outra narrativa, escrita pelo autor brasileiro Tino Freitas e ilustrada pelo artista Odilon Moraes: “Os invisíveis”. Neste livro, o menino e protagonista, tem um superpoder: em sua família só ele consegue ver as pessoas que são invisíveis. Pessoas, estas, que passam pelos adultos, mas que na correria do dia-a-dia, não são vistas.
Enquanto o livro de Tino e Odilon abordam a invisibilidade dos indivíduos de forma mais social, o livro de Trudy se apoia na convivência escolar e no impacto que isso tem na construção moral das crianças. A autora utiliza-se de uma linguagem simples, mas profunda, que toca em temas como a empatia, amizade e aceitação. Além disso, as ilustrações que acompanham o texto, feitas por Patrice Barton, se conectam com o leitor infantil: o personagem Brian vai ganhando cor, à medida que ele vai se sentindo pertencente ao grupo de amigos, após a chegada de Justin.

Além disso, a história traz um recorte muito significativo para as crianças e destaca como a inclusão pode fazer a diferença, não apenas para quem se sente excluído, mas também para aqueles que demonstram gentileza nos seus atos.
The invisible boy foi escolhido para leitura semestral dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de International Studies, em seu idioma original. Isso traz ainda mais amplitude para o texto, que ao ser trabalho no idioma em que foi escrito garante que a leitura feita pelas crianças e pela professora, seja integral: ou seja, nada se perde no caminho da tradução. Estamos lendo aquilo que a autora realmente quis dizer.
Este livro é um convite para que os leitores, sejam crianças ou adultos, reflitam sobre o impacto de suas ações diárias no mundo ao nosso redor.

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