Ler com os bebês, por mais novinhos que sejam, é um ato de amor: ainda que não entendam o significado das palavras, eles são imersos em uma cultura, nos sons e ritmos da língua materna e envolvidos pela voz da mãe (ou do adulto que estiver com eles). Eles também sentem e entendem a emoção, o carinho, o toque e a presença - e o vínculo que se estreita nesse momento é poderoso! Além de tudo isso, os bebês entram em contato com as ilustrações e começam a construir um repertório estético e simbólico que segue com eles para a vida.
É possível e bem provável que eles "tomem conta" do livro e queiram pôr na boca, morder, mexer, puxar, brincar. Pode ser que o livro rasgue, pode ser que fique com um aspecto de "gasto". Tudo isso é normal e até esperado, porque os bebês apreendem o mundo por meio dos sentidos, e não seria diferente com a literatura - eles constroem o conhecimento fisicamente, corporificando os conceitos.
Então o melhor é deixar para eles apenas aqueles livros cartonados, de banho ou de pano, que são mais resistentes? Não! Claro que eles podem entrar em contato com esses, mas é mais importante atentar para a qualidade do livro: quem escreveu? O livro tem autor e ilustrador? Como é a ilustração? Como o formato conversa com a ilustração e com a narrativa? Nós vamos indicar abaixo alguns bons livros que também são resistentes, e a qualidade deve ser sempre o primeiro critério de escolha. Afinal, os bebês merecem o melhor, né?
Falando nisso, esta lista, como qualquer outra, se compõe de sugestões e é um recorte específico em um universo de livros. Neste post em homenagens às mães, todos os livros podem ser lidos com bebês - assim como, neste aqui, os livros para crianças de 2-3 anos também. Na verdade, qualquer livro que você sinta que poderia ser legal de ler com o seu pequeno pode ser considerado "adequado". Se o bebê gostar - ou não gostar! -, ele vai deixar bem claro! Nós já vimos bebês que adoram livros que, em teoria, seriam para crianças maiores, como: Aqui estamos nós, Isto é Nova York, Onde vivem os monstros, A ilha do vovô, Menina amarrotada, Vizinhos etc.
Antes da lista, sugerimos aqui uma conversa muito bacana sobre a riqueza das canções, das cantigas e das histórias para os bebês, que têm tudo a ver com este nosso assunto! Quando tiverem um tempinho, assistam:
Agora, vamos aos livros? Se vocês tiverem comentários e sugestões, é só escrever ali no final do post! Vamos adorar conversar mais!

É um livrinho
Lane Smith, Companhia das Letrinhas
De fraldas como os bebês, um burrinho e um gorilinha travam um diálogo fofíssimo sobre o que seria aquele objeto intrigante que o macaco tem em mãos: é pra morder? É pra mandar e-mail? É pra construir? É pra cavalgar? Com uma cara séria engraçadíssima, o gorila reponde "Não" a cada hipótese do burrinho - até explicar do que se trata! As crianças adoram este livro que fala sobre livros e é cartonado e pequenino, pensado para as mãozinhas dos minileitores! Já conversamos mais sobre ele aqui no Blog.

O que tem aí?
De Rosinha, Editora Jujuba
Este livro da pernambucana Rosinha é simples ao mesmo tempo em que é elaborado: com texto curto e rimado, apresenta noções de números e cores por meio de criaturas divertidíssimas que aparecem a cada página que se desdobra. Tem dinossauros de botim, tigres comendo pudim, hipopótamos vestidos de cetim, bichos-papões ouvindo Jobim. É lindo, com cores vibrantes e também se encaixa bem nas mãos pequeninas.

Nhac!
Canizales, Editora Telos
Uma boca enorme e cheia de dentes apresenta este divertido livro cartonado sobre a alimentação de alguns animais. A lagarta come a folha, a aranha come a lagarta, o pássaro come a aranha e assim por diante! Mas é mais que isso: cada página tem recortes especiais que mostram o animal que veio antes, construindo uma narrativa acumulativa visual que os bebês adoram - inclusive porque dá para enfiar as mãozinhas na "boca" dos bichos!

Ter um patinho é útil
De Isol Misenta, Editora Sesi-SP
Este é um clássico para os pequenos leitores! Da ilustradora argentina Isol, o livro é sanfonado e apresenta uma mesma história por dois pontos de vista diferentes: quando lemos de um lado, conhecemos a perspectiva do menino; do outro, conhecemos a do patinho, que não podia faltar, claro! Os bebês adoram ouvir a história e participam ativamente, brincando fisicamente com o livro, que, por conta da forma sanfonada, possibilita uma variedade de interações e vira um brinquedo mesmo. Como ele é cartonado, aguenta firme todas essas interações - sem perder nadinha no quesito qualidade!

Quero colo!
De Stela Barbieri e Fernando Vilela, SM
Quem é que não gosta de um colinho cheio de carinho? Animais e pessoas de todos os cantos do planeta aparecem neste livro de cores e ilustrações vibrantes para mostrar que temos uma coisa superimportante em comum: carregamos nossos filhotes nas mais diversas situações - no trabalho, na hora de dormir, na hora de comer, na hora de viajar, pra aquecer, pra brincar! Uma linda homenagem ao apego e ao amor entre pais e bebês que as crianças adoram e com a qual se identificam.

O animal mais feroz
Dipacho, V&R
Tudo na vida é uma questão de perspectiva - e os pequenos se divertem com a que se apresenta neste livro do artista colombiano Dipacho: a perspectiva de um bichinho bem pequeno! Qual é o animal mais feroz com o qual as filhotinhas dele devem se preocupar? O tigre? O jacaré? O tubarão? Não, não, não, não! Garantia de suspense, boas risadas e muitas outras leituras!

Uma lagarta muito comilona
De Eric Carle, Editora Callis
Este é outro clássico: publicado pela primeira vez em 1969, continua sendo um sucesso. Conta a história de uma lagarta desde que seu ovo explode e ela sai pelo mundo comendo sem parar! As páginas, que mudam de tamanho de acordo com a quantidade de comida que ela devora, acompanham seu ciclo de vida até que ela vire uma borboleta! Os bebês adoram os furinhos que a lagarta deixa nos alimentos :)
Leia mais:

Você
De Stephen Michael King, Brinque-Book
Este livro delicado e poético do escritor e ilustrador australiano Stephen Michael King (que visitou o Colégio em 2018!) apresenta o mundo por meio de uma diversidade de cores, sons, músicas e formas. E qual seria a parte mais colorida do mundo de alguém? E a mais musical? Para quem tem bebês, a resposta é bem simples e também uma forma de demonstrar o amor de mães e pais para os pequenos por meio da literatura.

Adivinha quanto eu te amo
De Sam McBratney, Martins Fontes
O coelhinho está com sono e quer falar para o Papai Coelho o quanto o ama! Como é comum entre as crianças, ele usa a linguagem corporal para mostrar que seu amor é muito grande: toda a distância entre seus braços, seu tamanho até a pontinha das orelhas, a altura de um salto! O papai resolve mostrar, do mesmo jeito, o quanto ama o coelhinho, e ele é muito maior que o pequeno! Então, já quase dormindo, ele resolve usar uma medida enorme, gigantesca - e emociona o Papai Coelho, que ajeita a caminha de folhas para que seu filhote durma bem. É lindo!
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